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UM TOUR NO CAFÉ DA MANHà/ Letícia Mendes

São Paulo, Tiradentes, Buenos Aires, Colônia do Sacramento, Lisboa, Madri, Orlando. Abrir o armário da cozinha é como voltar aos lugares para onde viajei. Em cada prateleira, uma memória que guardo com carinho.

Uma delas é de quando fui a São Paulo com meus pais. Confesso que a Terra da Garoa me fascina. Sempre que vou a São Paulo, sinto uma atmosfera diferente. Gosto muito dos centros urbanos – a natureza é impressionante, mas não é o ambiente em que me sinto mais confortável – e acredito que este é um fator que me faz admirar a grande metrópole nacional.

O ritmo acelerado da cidade é como adrenalina para o corpo. A Avenida Paulista – sempre cheia, com seus inúmeros passageiros em mais um dia comum – é um dos meus lugares preferidos e traz a essência da cidade. Além de pontos culturais e empresariais importantes, em quase três quilômetros de extensão, vemos os mais diversos estilos, artistas, pessoas tomando seus diferentes rumos, cada uma com seus objetivos, seus sonhos e o seu destino.

O meu foi em Minas Gerais, em um lugar bem diferente do maior centro urbano do país. Tiradentes, assim como outras cidades históricas mineiras, traz o aconchego necessário para o descanso de toda a correria. Sabe como é se sentir em uma novela de época? Todas aquelas ruas em pedra-sabão, construções coloniais e, claro, a Maria Fumaça te colocam no cenário perfeito de uma produção das 18h.

Indo mais longe, chegamos à capital argentina. Estava com meus pais, minha melhor amiga e a família dela. Passamos lindos dias frios e aproveitamos para ver os principais pontos da cidade. Ainda deu tempo de dar um pulinho no Uruguai e conhecer a cativante Colônia do Sacramento. À beira do Rio da Prata, a cidadezinha fundada por portugueses, no século XVII, também foi ocupada por espanhóis e tornou-se Patrimônio Mundial. Certamente, visitá-la é voltar na história.

 

Se Colônia já encanta com as características europeias, imagine a emoção desta que vos fala ao visitar o Velho Continente. Pois vou te contar um dos meus devaneios: tenho a sensação de ter vivido na Idade Média, pois os castelos europeus me encantam de tal forma que é como se eu tivesse morado em um deles.

Em Portugal, as pessoas te tratam com tanta receptividade que, em alguns momentos, parece que tentam recompensar a exploração de séculos passados. Atravessando as fronteiras, e trocando o idioma, a capital da Espanha te proporciona um grande enriquecimento cultural. Os museus de Madri são daqueles que você passa um dia inteiro e não consegue visitar todas as galerias. Mas, para uma amante do futebol, o momento que guardo com mais alegria foi a partida entre Atlético de Madrid e Valencia, pela Copa do Rei. O calor da torcida tornava a noite um pouco menos gelada no Vicente Calderón.

 

Olho para a prateleira de cima, onde está a coleção de outra viagem. Ir para a Disney já é uma fantasia, melhor ainda é quando você estreita laços de tal forma que descobre, ali, mais uma amiga que terá para a vida inteira.

Um flash de grandes viagens passa pela minha cabeça quando paro em frente ao armário da cozinha e escolho uma caneca para o café da manhã. É incrível como um “recipiente pequeno destinado à ingestão de líquidos e dotado de asa para facilitar seu manuseio”, assim descrito no dicionário, traz tantas memórias. Somadas às outras 27 da coleção – parte delas que ganhei e carregam mais lembranças –, as 20 canecas trazidas dessas aventuras esperam por outras, de lugares ainda inexplorados.

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