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O BANCO DA PRAÇA / Wilson Luiz de Oliveira

Francisco, um senhor mediano de aproximadamente de 55 anos, magro, moreno e com uma voz meio “fadigada”, conversava, sentado no banco da praça primeiro de maio, com Joaquim, de uns 70, que reside no bairro Quinta dos Inconfidentes. Eu, que estava próximo a eles, ouvia as conversas.

A praça sempre se encontrava repleta por volta das 10:30 da manhã. Muitos esperavam o Banco Itaú e a Caixa Econômica Federal abrirem suas portas para o famoso atendimento popular. Ali, era costume as pessoas ficarem sentadas no banco, daquele imenso jardim, conversando umas com as outras.

Na verdade, o único que não deveria estar ali era Francisco, pois ele é um daqueles funcionários concursados da Prefeitura. Mas ficava constantemente naquela praça, às vezes jogando baralho ou batendo papo. Marcava seu cartão de trabalho e ficava por lá enrolando, ganhando nosso dinheiro, para fazer críticas ao Prefeito, tudo em voz alta, num lugar onde todos o ouviam.

Naquela “falação”, surgiu uma reclamação do alto, vindo da boca do Sr. Joaquim. Naquele instante, todos pararam para ouvir o sujeito falando da falta de remédios nas Unidades Básicas e as críticas do abuso do Prefeito em gastar tanto no Carnaval, deixando as farmácias com falta de medicamentos. Sr. Joaquim estava muito exaltado, o que fazia com que os outros se manifestassem.

Aquele banco da praça é palco de muitas discussões. Ali, sempre nascem comentários diferenciados, que “rolam” diariamente. Não é à toa que os professores e outros profissionais usam o local para protestarem, em suas greves. Na frente da praça, está localizado o prédio da Prefeitura, o que a tornou propícia para os diversos tipos de manifestações.

Mas, fora das questões políticas, a praça também tem seus atrativos, tanto que, naquela manhã, encontramos várias pessoas levando seus cães para passear, outras recepcionando as crianças em seus carrinhos, ou tirando fotos para postarem nas redes sociais.  

Os bancos da praça Primeiro de Maio são palco de muitas emoções. Aos domingos, as pessoas param para assistir os cultos evangélicos pregarem a Palavra de Deus. Nas tardes de fins de semana, a praça tem encontros variados com a cultura. Os grupos de capoeira, os batuques dos tambores e as bandas de música se instalam ali para ensaiar.

O local se tornou um dos elos da marca de beleza e encontros de namorados. Os sons das araras, misturados com os jardins floridos e uma linda fonte luminosa, conduzem o colorido dos variados arvoredos. O banco é o símbolo dessa praça, que diariamente inspira a beleza.

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