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AMOR À FLOR DA PELE / Pedro Henrique de Oliveira 

Amor à primeira vista é real e eu posso provar! Desde a primeira vez que a vi, sabia que ela era a certa. O manequim era dos grandes, mas não aceitava piadinhas com ela. Aos meus olhos, era linda. A mais linda de lá. Até podia imaginar o cheiro intoxicante de cerveja e suor quando estivéssemos juntos, e não ouse fazer cara de nojo.

Nos conhecemos em outubro de 2016, em São Paulo, em uma visita da minha turma da faculdade ao programa do Jô, no último ano do gordo na TV Globo. Antes de ir para os estúdios da emissora, demos uma “passeada”. Mais especificamente, em um dos maiores palcos do futebol brasileiro: o estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, antiga casa do Sport Club Corinthians Paulista.

Não era dia de jogo. Apenas estava visitando, como um turista qualquer, aquelas fantásticas dependências, aquele museu maravilhoso, aquele templo. O lugar cheirava a futebol. E foi, ainda mais especificamente, em uma lojinha por lá, que nos conhecemos.

 

Com ela, veio o apelido: Pedrinho, para alguns, é um substantivo um tanto irônico para um ser humano de 1,90m e mais de 100kg, mas eu gosto. É engraçado, simpático, rende papo, além de toda a ironia carregada. Eu gosto de ironia. Na faculdade, ela é icônica. Até professor já brincou com isso. Só não contem para ela que o apelido nasceu por causa de um outro relacionamento. Foram uns amigos meus da época que jogava futebol, lá no Jardim Riacho, que começaram com isso. Foi após ouvirem uma namorada me chamar assim (ex-namorada, preciso ressaltar). Rapidinho o apelido pegou.   

No início, ia com ela a todo lugar, tamanha era a paixão. Faculdade, “rolês”, jogos, todo lugar; lá estávamos nós, juntos. O problema é que eu acho que abusamos. Dois anos juntos fizeram o estrago de cinco. Ela já não tem mais o pique de antes; nenhum de nós dois tem. Eu engordei, preciso fazer uns exercícios antes que tudo volte a ficar perfeito como antes. Até parece, às vezes, que o relacionamento está em baixa, mas a verdade é que o amor ainda é o mesmo. Não dá para sairmos juntos na mesma frequência de antes, mas o amor ainda é o mesmo.

Para os amigos, não é segredo que eu torço para o Bayern de Munique. O clube bávaro é meu segundo time de futebol desde uns 12 anos de idade. Ela também é Bayern, por isso nos demos tão certo, afinal, é importante um casal compartilhar coisas, não? O fato de usarmos as mesmas cores torna muito mais feliz assistir aos jogos do gigante alemão com ela. Vibramos na mesma frequência, o escudo do meu peito é o escudo do peito dela.

É engraçado quando estou com ela. É como se eu carregasse uma piada pronta nas costas. Uma das mais engraçadas, mas que funciona melhor como piada interna. Quem acompanhou o desenvolvimento dessa relação entende como ela é importante para mim. Tem história, e conta muito sobre mim, sobre momentos importantes da minha vida, sobre ser uma fiel companheira. Aquela camisa valeu cada centavo.  

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